As modificações mais evidentes são de natureza corporal, de tal forma que poderíamos ser levados a crer que a adolescência se reduz às transformações físicas, aos seios que despontam sob a T-shirt, ao tronco que se alarga, ao esperma que escorre inadvertidamente a meio da noite, aos períodos que provocam dores de barriga...Mas é óbvio que isso não corresponde à verdade. Esses si­nais exteriores da puberdade, em curso ou já terminados, dissimulam outras perturbações, estas de ordem psicológica: necessidade de independência, vontade de descobrir o mundo, reflexões sobre a vida em geral e o amor em particular. Ao sentirmo-nos crescer, ao vermos o nosso corpo mudar, somos atraídos pelo dos outros, o que provoca em nós sensações par­ticulares. Por exemplo, o desejo de tocarmos e de sermos aca­riciados ou a necessidade de compararmos a evolução do nosso próprio corpo com o dos nossos amigos. Tais comparações são, no entanto, uma armadilha, porque apesar de todos desejarem ser como os outros, ninguém se desenvolve ao mesmo ritmo. E isto tanto é verdade no plano físico como no emocional.